Campeonato de punheta - Um código de ética criado.

Nunca brinquei de boneca, aliás sempre achei brincadeira de menina chato bagarayo. Menina brinca de coisa besta, de fazer comida, de casinha, de fingir que é professora, de pular corda. E eu sempre que ganhava uma boneca de algum desavisado (porque minha mãe já sabia e nem se atrevia) primeiro eu picotava o cabelo da bicha e depois operava com uma tesoura. E imprestável que ela ficava, eu dava um sumiço e ninguém mais achava. E assim, eu me mandava pra rua com quem eu mais gostava, os meninos. Há!

Até os dez, onze anos eu nem camiseta usava, já que a peitola aqui começou a dar os bicos lá pelos treze. E só comecei a usar porque meus pais insistiram muito e me lembravam o tempo todo que eu era uma menina e que deveria agir como tal. Bom, vocês já devem ter percebido que essa lição eu não aprendi até hoje. De qualquer maneira, as brincadeiras dos moleques sempre foram muito mais atraentes pra mim. Eu montava uma rampa no prédio, pegava a BMX de alguém e pronto, a farra tava armada pra desespero do síndico, que com toda razão nunca foi muito com as minhas tampas. E eu era tão boa no polícia e ladrão que se eu tivesse seguido carreira, teria sido do bando do Escadinha.

Sem falar do código de ética que eles criam quando crianças nos saudosos (pra eles, claro!) campeonatos de punheta (tá bom, isso na verdade eu nunca entendi direito, mas vá lá…), na primeira trepada com a empregada gostosa do amigo e no primeiro porre de capeta. E esse código, sistas, dura pro resto da vida. Já muié, nesse quesito, é pior que feira livre, tudo bagunçado, a única fidelidade que elas criam é com a marca da calça jeans que deixa a buzanfa menos caída.

Mas sou daquelas que não nega de onde veio, nem o que é, e apesar de descer o cacete em algumas delas, de falar barbaridades para ver se elas tomam vergonha na cara e param de agir como umas vadiazinhas sem escrúpulo e neles, que se portam como uns bichos atrás de carniça, é tudo por amor. Afinal de contas, gente sensata, só briga com quem ama, num éam?

Aline Abovsky


Um comentário:

Anônimo disse...

é!...rs